quinta-feira, 27 de setembro de 2007

POESIA

A semana passada, eu estava comentando com o professor Straccia sobre o quanto eu gosto de poesia e ressaltando os meus poetas favoritos. Revelei para ele então que este post seria sobre Alexei Bueno, um poeta FRANCÊS, do qual gostava muito. A surpresa veio quando o professor vira e me diz:

- Alexei Bueno é brasileiro!

Que mico!

Como posso admirar tanto um poeta, e nem ao menos saber o básico: sua nacionalidade?
Devido ao fato ocorrido, vou passar a escrever mais sobre as origens e a vida de cada artista, para que, quem se interessar pela poesia, possa dar as referências corretas.
Alexei Bueno é carioca, portanto brasileiro, tem 45 anos de idade e 23 anos de carreira. Se dedicou quase que unicamente à poesia, ora como poeta, ora com editor. Sua genialidade é justificável. Além de cuidar das próprias produções, como editor Alexei organizou a série de obras completas de importantes poetas, como o português Sá-Carneiro e os brasileiros Olavo Bilac, Jorge de Lima e Vinicius de Moraes. Publicou também a edição comentada de “Os Lusíadas”, de Camões, e reuniu a obra de Augusto dos Anjos.
Hoje em dia, Alexei não usa mais métrica ao escrever seus versos. Ao invés disso, adota a escrita livre, deixando os “versos soltos” para criar um estilo mais alternativo.
Seus poemas brincam, em todos os momentos, com uma relação entre a essência carnal e espiritual do ser humano. Ao ler, temos sempre a sensação de que algo angustiante vai acontecer antes de terminar. Trata-se de uma poesia que contemporânea, isto é, relativa ao homem presente e suas aflições terrenas, não apresentando nenhum tipo de escapismo, seja ele utópico ou histórico.
Para Alexei Bueno, a arte, sempre será universal e histórica. Desde a literatura gregoriana até a moderna poesia já brasileira, o mais importante, tanto como crítico quanto poeta, é que cada texto, na função de informar ou entreter, tem uma forte influência sobre o pensamento humano e sua vida cotidiana. Toda essa sua “filosofia” pode ser percebida pelos seus versos, palavras e atitudes.

Para não perder a mania, a poesia de hoje introduz mais uma vez o romantismo pelo qual integralmente sub-existo.

A Florbela Espanca
Amada, por que eu tive a tua voz
Depois que o Nada teve a tua boca?
A lua, em sua palidez de louca,
Brilha igual sobre mim, e sobre nós!...
Porém como estás longe, como o algoz
De um só golpe sem fim — a Morte — apouca
Os gritos dos que esperam, a ânsia rouca
Dos que atrás têm seu sonho, os grandes sós!
Aqui não brilha o mundo que engendraste
Como o manto de um deus, e astros sangrentos
Não nos rolam nas mãos da imensa haste.
E só estes olhos meus, que nunca viste,
Se incendeiam, vitrais na noite atentos,
Voltados para o chão aonde fugiste!
Até semana que vem!

2 comentários:

Man** disse...

Perfeita a poesia Ru...
Nãos sabia da existência dessa blog, realmente muito bom.
Já estou com saudades de vc...
Niver da Ka??
a ana me falou algo, mais eu ainda não sei.

te amo
bjoos

Pricila Graziano disse...

A Agência Beyond Image parabeniza o texto bem feito, conciso e interessante, parabéns.